Foto: Rogelio Casado - Congresso Brasileiro de CAPS - São Paulo-SP, 2004
A imagem acima é de 2004. Trata-se do I Congresso Brasileiro de CAPS. O evento serviu para discutir a experiência constituída nos serviços substitutivos ao manicômio por todo o país, ao longo de mais de 20 anos de reforma psiquiátrica. Ou seja, antes, durante e depois da Lei 10.216, de 6 de abril de 2001, que pôs fim a legislação dos anos 1930.Em 2009, mais de 500 militantes estão articulados em torno da defesa da reforma psiquiátrica depois que ela passou a ser alvo de iniciativas de desestabilização a partir de 2006.
Oriundos das mais diversas categorias profissionais do campo da saúde mental, habituados a ambientes onde convivem com a crítica e a auto-crítica adotam a defesa como estratégia de jogo.
Entretanto, com a crescente ofensiva da contra-reforma, conscientes da familiaridade de que os ditos são portadores de um não dito, resolveram enfrentar a forma empobrecida com que a história da reforma psiquiátrica e seus percalços vem sendo comunicadas para a opinião pública.
Ao tom agressivo dos inimigos da reforma psiquiátrica brasileira, respondem com o blog Em defesa da Reforma Psiquiátrica. No país do futebol, sabe-se que em certas circunstâncias a melhor defesa é o ataque.
Do ponto de vista ético, não querem induzir o leitor a falsas alternativas surgidas da radicalização das polaridades, dado o caráter inconcluso da reforma psiquiátrica. Sabem aonde o sapato aperta. No entanto, não aceitam a miopia sobre a singularidade da história da reforma psiquiátrica brasileira, e nem que sobre ela recaia o manto do esquecimento.
Dirigem-se a todas as geracões, mas é sobretudo às mais jovens que reafirmam a condição de militantes da reforma psiquiátrica rumo a uma sociedade sem manicômios.
Acreditam que devem avançar para além da atual interpretação do mundo da reforma. Conscientes da validade da sua palavra e das suas práticas sociais, o que os credencia é o enfrentamento histórico contra o totalitarismo ideológico e suas máquinas produtoras de certezas.
"Em defesa da Reforma Psiquiátrica" tem apenas um consenso, o de que nesse espaço vale a diversidade, a pluralidade e a polifonia das vozes que recusam os anacrônismos de ontem, de hoje e de sempre.
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